Uma geração de egoístas

Li um texto bem curto mas reflexivo sobre a forma como estamos criando as próximas gerações, e resolvi compartilhar com vocês...

Há alguns dias eu conversava com os amigos do podcast Papo Reto sobre o que para mim parece uma obsessão excessiva e sem precedentes desta geração com a busca da felicidade individual. Praticamente no dia seguinte comecei a ler Os pais que queremos ser, excelente livro de Richard Weissbourd, que endossou essa minha impressão dizendo coisas como:


Especialmente se for do tipo pronto e acabado

“Cada geração de pais cria para si determinada missão pedagógica. No caso da geração atual, essa missão é a felicidade… Não há nada de errado, obviamente, em zelarmos pela felicidade de nossos filhos. Porém, ao fazer dela um fator tão essencial, podemos prejudicar de muitas maneiras seu desenvolvimento moral. [ele dá vários exemplos]… Muitos pais colocam a felicidade e a autoestima dos filhos antes de seu desenvolvimento moral. Esse é um fato preocupante…Segundo o órgão responsável pelo censo norte-americano, em 1970 a maioria dos calouros universitários declarava ter como prioridade a construção de uma filosofia de vida plena de sentido; já em 2005, essa prioridade era outra, uma versão da felicidade: `Ser rico o bastante para levar uma vida confortável’.”

Weissbourd argumenta que o excesso de preocupação com a própria felicidade e conforto é indício de imaturidade. Você mede o grau de maturidade, tanto de crianças quanto de adultos, pela capacidade que demonstram de equilibrar a busca de seus próprios interesses com os interesses e direitos da coletividade ao seu redor. Considerar o bem-estar alheio, portanto, é demonstrar maturidade moral e emocional.

Outro ponto bacana do livro que me fez refletir bastante está no momento em que ele bate na ideia disseminada de que o caráter é sacramentado na infância e depois dela é impossível crescer ou evoluir para uma visão mais madura e equilibrada moralmente. “Segundo estudos recentes, a verdade é que as qualidades morais do adulto podem oscilar de acordo com muitos fatores… Enquanto muitos indivíduos abandonam seus ideias com o passar do tempo, outros levam quase metade da vida para ambicionar ideais sérios. Alguns adultos tornam-se mais sábios, mais preparados para distinguir verdades morais importantes, enquanto outros veem sua noção de equidade reduzir-se a estereótipos grosseiros”.

Portanto, senhor adulto que se sente pronto acabado, lembre que você é uma pessoa em construção. Você está caminhando para se tornar um outro alguém, isso é inevitável. E os seus objetivos de vida determinam se esse outro alguém será mais maduro e equilibrado ou mais egoísta e autocentrado, ou seja, uma pessoa menor. Claro, seus objetivos de vida e também o que você faz com seu tempo livre e as relações que você escolhe deliberadamente cultivar.

Quando você se aproxima de Jesus Cristo, fica muito claro o caminho que Ele quer ajudar você a tomar; e se você permite, Ele é quem opera o querer e o conseguir fazer. A pergunta, portanto, é: quão perto dEle você tem se deixado estar?

Cresça e apareça.

Fonte: Nova Semente

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Nós, pais e mães, somos responsáveis pelos filhos que entregaremos a este mundo... Portanto, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance (e até além dele, com a ajuda de Deus) para não falharmos nesta missão.

veja também:
- 5 maneiras de afastar seu filho da igreja
- Como ajudar seu filho a não ser arrogante
- Qual o futuro que você quer para os seus filhos?
- Tal pai, tal filho
- Ensina a criança


Comentários

Gilson,

"Portanto, senhor adulto que se sente pronto acabado, lembre que você é uma pessoa em construção. Você está caminhando para se tornar um outro alguém, isso é inevitável."
Gostei dessa frase.
Precisamos estar dispostos a aprender e a mudar para melhor. Sempre.

A.K.Renovatto disse…
Excelente o texto! Estamos vivendo a "geração do eu", uma geração egocêntrica, superficial e imatura! Mas a notícia boa é que o homem está em constante construção. Nunca é tarde para rever conceitos, atitudes e se preciso for, mudar! Todo pai e mãe (com algumas exceções)deseja a felicidade do filho e também seu conforto. Porém, depositando todo foco apenas nisso, estamos ajudando a formar mais pessoas egoístas, incapazes de olhar para o próximo. Concordo plenamente que olhar para o bem-estar alheio é um sinal/demonstração de maturidade! Nossa responsabilidade como pais é grande! Por mais que nos esforcemos, vamos falhar em alguns aspectos, porque não existem "super-heróis". Mas com ajuda de Deus podemos nos empenhar nessa árdua missão que é preparar os filhos para o mundo.
Cacau disse…
Boa a reflexão para os dias que vivemos...