Tem algum "Barnabé" na sua igreja?

Eu considero este assunto TÃO IMPORTANTE, que resolvei trazê-lo novamente à reflexão dos meus amigos e amigas aqui do blog.

A Lição de Escola Sabatina de alguns anos atrás falou sobre um problema ocorrido entre PAULO e BARNABÉ. Este último é apresentado como alguém que se preocupava em promover a reconciliação entre os irmãos.

É interessante notar que o próprio nome de Barnabé tinha um significado muito bonito (como é comum na cultura bíblica): "Filho da Reconciliação", ou "Filho da Tranquilidade", ou ainda "Aquele que dá Ânimo" (cf. Atos 4:36 NTLH).

Barnabé foi a pessoa que deu um voto de confiança a Paulo, enquanto que outros discípulos em Jerusalém estavam receosos de acreditar na conversão do antigo perseguidor (cf. Atos 9:26-27).

Mas, em certa ocasião, Paulo e Barnabé tiveram um sério desentendimento. O motivo foi o jovem Marcos, o discípulo que os havia acompanhado em uma viagem anterior (cf. Atos 15:36-40). Paulo ficou "chateado" porque Marcos não teve espírito combativo para permanecer com eles. Isso foi o suficiente para que o apóstolo da graça (que ironia!) rejeitasse completamente a companhia de Marcos em missões futuras.

Novamente Barnabé entra na história. O mesmo que antes intercedera pelo próprio Paulo junto aos irmãos de Jerusalém, agora utiliza seu dom da reconciliação em benefício do jovem e inexperiente Marcos.

Paulo era tão impetuoso que não aceitou mais viajar com o jovem relutante, e os dois grandes amigos (Paulo e Barnabé), que já haviam passado juntos por tantas lutas, tiveram que se separar. Paulo seguiu viagem acompanhado por Silas, enquanto que Barnabé preferiu a companhia de Marcos.

Não sabemos detalhadamente o que, especificamente, Barnabé conversou com o jovem João Marcos nesta nova empreitada. Certamente, ele aproveitou a oportunidade para ajudar o rapaz a ver que ele tinha potencial para aplicar no Evangelho, e que não foi um fato isolado que tirou dele a capacidade de servir ao Senhor.

Qual o resultado de tudo isso?

No final do ministério de Paulo vemos ele agradecendo pela grande utilidade de Marcos na obra de pregação (cf. 2Tim. 4:11). Além disso, ainda temos um livro no NT que foi escrito por este jovem discípulo, o qual é tido por alguns teólogos como o mais antigo dos 4 Evangelhos.

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Esta história me faz refletir sobre alguns pontos que considero importantes:

1. O temperamento de Paulo impedia que ele tivesse facilidade em perdoar aqueles que falhavam na grande batalha da pregação do Evangelho. Ele era um daqueles que não se dispõem facilmente a dar outra chance para alguém que erra, acreditando que os "covardes" ou "negligentes" devem ser colocados à margem do caminho, pois a Obra não pode parar.

2. Barnabé é o símbolo das pessoas que sabem olhar além das faltas isoladas, e conseguem ver em uma pessoa o potencial que ela tem, apesar de oculto. Ele é daqueles que não são os primeiros a "atirarem as pedras", mas que estendem a mão para tentar recolocar o irmão faltoso na jornada rumo à Glória.

3. Em muitas congregações atualmente também vemos os dois personagens: Paulo é o modelo daqueles irmãos sinceros e zelosos, porém implacáveis no trato com seus semelhantes, não conseguindo ver além dos erros do passado; já Barnabé representa os que valorizam mais a "pessoa" do que o erro que ela possa ter cometido.

Quantos vivem em nossas congregações angustiados porque nunca lhes deram uma segunda chance?! Erraram em algum momento do passado, e receberam uma "marca", um "carimbo": IMPRESTÁVEIS. Os "Paulos" de hoje olham para tais "irmãos" com desdém, certos de que eles não têm utilidade na pregação, pois não merecem mais confiança.

Quanto necessitamos de mais "Barnabés"!

Você já errou e esperou que um "Barnabé" viesse ao seu encontro, com uma palavra amiga, de ânimo e de reconciliação? 
Eu já!

Mas os "Barnabés" são raros... raríssimos hoje em dia! 
Já os "Paulos" estão em toda parte - batizam muito, trabalham muito, produzem muito, trazem muitos conversos... mas não sabem tratar com pessoas do rebanho que cometem erros.

Para os "Paulos", a "letra da lei" é mais importante que as pessoas...
Para os "Barnabés", as pessoas são mais importantes que a "letra da lei"... sempre.

Oh, como precisamos dos "Paulos"!

Mas, como sinto falta dos "Barnabés"!

Que tal criar em sua igreja o PROJETO BARNABÉ, de apoio a jovens em dificuldade espiritual?

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns Pastor muito bonito comentário!!!!!
Que JESUS continue abençoando você...
grazi
Anônimo disse…
Ola amigo pastor e irmao gilson.Q lindo a mensagem q DEUS te deu p compartilhar, realmente penso da mesma maneira e fiquei emocionado. Louvo a DEUS por sua palavra, mais tb louvo pela mensagem inspirada proferida atraves dos seus condutos humanos.DEUS te inspire e te proteja por todaa eternidade.
marcello latta
Anônimo disse…
Pastor, sinceramente não creio que faltasse ao apóstolo lucidez suficiente para fazer uma valiação.
Sim, porque creio que o caso não seja de capricho pessoal, vingancinha, mais sim de avaliação.
Jesus também avaliou "Desde então muitos dos seus dicípulos tornaram para tras, e já não andavam com ele."-João 6:66
O momento exigia seriedade e cuidado na escolha, até porque ambos tinham vivido a experiência da primeira viagem onde Marcos tinha se mostrado incapaz.
Ainda é oportuno lembrar que em At.13-2 o Espírito Santo quando escolhe os missionários Barnabé e Saulo, não cita o nome de Jõao Marcos.
Porém, nem por isso Marcos deixou de ser valoroso.
Concluo dizendo que, Deus que planeja a sua obra, sabe quem pode dar conta dela.
RAFAEL BARROS disse…
NA MINHA HUMILDE OPINIÃO COM CERTEZA TEMOS MUITO A APRENDER TANTO COM PAULO QUANTO COM BARNABÉ,BUSCANDO EM DEUS O EQUILIBRIO QUE SÓ A PAZ DE JESUS PODE NOS DAR.
VEJO QUE PAULO NESSE EPISÓDIO AGIU COM TOTAL RAZÃO E NÃO FOI IMPLACÁVEL SEM DAR UMA SEGUNDA CHANCE A MARCOS,MAS FOI NA VERDADE ZELOSO SABENDO QUE TALVEZ MARCOS NÃO ESTIVESSE NOS PLANOS DE DEUS PARA AS MISSÕES QUE SE SEGUIRAM POSTERIORMENTE.BARNABÉ COM CERTEZA FOI MUITO BEM INTENCIONADO,MAS TALVEZ LEVADO POR UM SENTIMENTO QUE NÃO MEDIU CONSEQUÊNCIAS DE UMA ESCOLHA ERRADA,DIGO MAIS UMA VEZ QUE NA MINHA OPINIÃO HÁ UMA DIFERENÇA ENTRE PESSOAS QUE ERRAM E APRENDEM COM OS ERROS E PESSOAS QUE MESMO SENDO BEM INTENCIONADAS PRECISAM DE ALGUM TEMPO PARA ESTAREM PRONTAS PRA EXERCER O MINISTÉRIO PARA O QUAL FORAM CHAMADAS.O QUE VEMOS HJ EM MUITAS IGREJAS SÃO PESSOAS QUE VACILARAM, MAS QUE COM SEU TESTEMUNHO E HUMILDADE CONQUISTARAM A CREDIBILIDADE PARA ESTAREM ATIVAS NA OBRA DO SENHOR,E OUTRAS QUE TMB VACILARAM MAS CONTINUAM COMO QUEM "BEBE LEITE QUANDO DEVERIA JÁ ESTAR CONSUMINDO ALIMENTO SÓLIDO".
NÃO PODEMOS ESQUECER QUE PEDRO TEVE MUITOS ERROS,E QUE JESUS EM SUA SABEDORIA O ADVERTIU DIZENDO QUE ELE AINDA PRECISAVA MUDAR,POIS IRIA NEGÁ-LO 3 VEZES MAIS A FRENTE.
NÃO ESTÁ EXPLICITO,MAS SERÁ QUE NA OCASIÃO MARCOS NÃO TEVE ALGUMA ATITUDE QUE CONFIRMOU O QUE PAULO JÁ ESTAVA SUPONDO?
VAMOS TER COMO REFERÊNCIA O QUE A PALAVRA NOS RECOMENDA EM ROMANOS 12:1-21
MUITO BOM O ARTIGO,FUI MUITO ABENÇOADO PELA MINISTRAÇÃO
FORTE ABRAÇO!!!!!!!!!!!
Patricia disse…
Como se ver acima, pelo próprio exemplo dos irmãos, vemos que o Pr esta certo afirmando que existem muitos paulos! A igreja precisa de mais amor, mais comunhão, amor ao próximo, e não excluir as pessoas pq erram e não tem perdão!! Jesus perdoa a todos, sem distinção, quanto mais nos que somos pecadores, temos que perdoar SIM!!!!
Anônimo disse…
Parabéns mais uma vez Gilson.

Com certeza você foi usado pelo Espírito Santo para nos trazer essa mensagem. É uma bela reflexão a se fazer e um quem sabe um excelente projeto.
Sou administrador e trabalho com pessoas, vivemos sob indíces a controlar e um deles é o turnover (rotatividade de pessoal). Muitas vezes ao nos depararmos com colaboradores que apresentam baixa performance, a primeira idéia e nos livrarmos dele, quando na realidade, recuperá-los é o nosso maior desafio. Isso foi o que Barnabé fez.

Um abraço e fique com Deus

Do amigo e irmão em Cristo

Wagner Gomes
Unknown disse…
Para Barnabé, a "letra da lei" era que as pessoas são importantes. =)
A.K.Renovatto disse…
Parabéns pelo artigo, tema oportuno demais para nossos dias! Creio que precisamos em nosso meio cristão tanto de "Paulos" quanto de "Barnabés". Mas concordo que hoje está difícil achar "Barnabés", pessoas que saibam tratar o seu semelhante com mais compaixão, principalmente àqueles que erraram e precisam de auxílio para se reerguer. É tão fácil julgar e apontar os defeitos e pecados dos outros, mas isso não é papel de um cristão verdadeiro. O cristão verdadeiro tem que estar apto a perdoar, estender a mão a quem errou e quem sabe dar uma palavra amiga. Uma palavra pode fazer a diferença para uma dessas pessoas. Deus lhe abençoe, Pr Medeiros! Continue empenhado em pregar o evangelho com amor, pois só o evangelho de Cristo é capaz de libertar vidas cativas do pecado.