A importância da Lei de Deus

Vimos em um tópico anterior que aqueles que combatem a validade eterna da Lei moral de Deus, na verdade, aceitam 9 Mandamentos, e rejeitam apenas um – o 4º (cf. Êxo. 20:8-11).

Este Mandamento trata da “guarda”, ou seja, da santificação do sétimo dia da semana, separando-o exclusivamente para atividades de cunho espiritual.

Não encontraremos em NENHUM lugar das Escrituras qualquer ordem, conselho, orientação, exortação ou insinuação de que o sábado deixou de ser um dia especial de adoração ao Criador. Pelo contrário; em toda a Bíblia, o povo de Deus sempre preocupa-se com a santidade desse dia (cf. Êxo. 16:22-35; Nee. 9:14; Isa. 56:2; Jer. 17:27; Luc. 23:56; Atos 16:13; etc.). Muito menos vemos qualquer ensinamento na Bíblia de que o sábado era destinado só para os judeus, pois ele foi iniciado desde o Éden, quando não existia nenhum judeu, Adventista, católico, batista, metodista, etc., mostrando que o sábado foi criado como uma bênção para toda a humanidade (cf. Gên. 2:1-3).

Alguns chegam ao absurdo de dizerem que o sábado foi criado somente no Sinai, especialmente para os judeus, mas isto também não é verdade, pois vemos que a Bíblia fala que o povo guardava o sábado antes mesmo de Deus ter inserido este mandamento nas tábuas da lei (cf. Êxo. 16). Talvez por isso este seja o único que inicia diferentemente dos outros - "Lembra-te".

Isaías também afirma que o sábado era para todo o mundo, e não apenas para o povo de Israel (cf. Isa. 56:1-8). Dizer que o sábado foi só para os judeus é uma prova de desconhecimento do texto bíblico ou, o que é pior, de uma tremenda falta de sinceridade e humildade diante da Palavra do Senhor.

Se a Lei moral de Deus nunca passou, é evidente que o sábado também não. Este mandamento está colocado numa posição de honra na Lei, pois ele é o único que diz o motivo pelo qual Deus deve ser honrado: “em seis dias fez o Senhor...” (cf. Êxo. 20:11). Santificando o sábado do sétimo dia, estaremos admitindo que Deus é o Criador, Redentor, Mantenedor e Senhor em nossa vida, e nossos filhos têm uma oportunidade semanal de aprenderem que Ele merece toda nossa honra, pois somente Ele é Deus.

Ao pôr-do-sol da sexta-feira, o povo de Deus deve reunir-se para receber o santo sábado, e permanecer durante todo este dia em um estado de comunhão e adoração ao Senhor que nos criou, mantém e redime (cf. Lev. 23:32; Nee. 13:15-22; Luc. 4:16, 31, 40; 23:54-26).

O Sinal entre Deus e o Seu povo

É interessante, ainda, notar como a Bíblia destaca que o sábado é considerado por Deus como um “selo”, um “sinal” de fidelidade entre Ele e Seus filhos (cf. Ezeq. 20:12, 20). De que forma podemos entender isso? Vamos fazer como Cristo fazia (cf. Mat. 13:24-30, por exemplo), e utilizar uma ilustração para clarear nosso entendimento:

Deus passa a semana observando a movimentação de Suas criaturas aqui nesta Terra – trabalho, estudo, deveres familiares, participação em algum culto religioso, etc. Durante a semana (de domingo à sexta-feira), tudo é igual para todos, com pequenas variações de um para outro. Porém, no sábado, o Senhor fica esperando para ver aqueles que vão honrá-Lo neste dia em particular. Ele observa para ver os que vão deixar de lado o trabalho, a escola, o cuidado normal do lar, e se dirigirão para Sua Casa – a Igreja – buscando uma adoração mais completa e integral.

É dessa maneira que o sábado funciona como um “sinal” de fidelidade. A grande maioria das pessoas faz do sábado um dia comum, igual aos outros, não dando qualquer conotação santa e reservada para este dia, desprezando, assim, as claras orientações de Deus. Em outras palavras, estão mostrando para o Senhor que não importam-se com Sua vontade.

Na maioria das denominações cristãs o sábado é um dia em que os templos estão fechados. Como o costume de Jesus era frequentar a Casa de Deus neste dia (cf. Luc. 4:16), Ele não teria como adorar o Pai nestas igrejas, pois suas portas permanecem rebeldemente fechadas! Aquelas que abrem as portas no sábado, o fazem para realizar a faxina, lavar o templo ou fazer alguma reunião, mas sem uma preocupação com a santidade deste dia especial. Estas igrejas trocaram a guarda do sábado pela do domingo, teimosamente em oposição ao que o Senhor determina em Sua Palavra. Mas até isto já havia sido predito pelo Senhor (cf. Dan. 7:25).

É por isso que Jesus advertiu de que nem todo aquele que diz adorar o Seu “nome” entrará no reino do céu, mas apenas aqueles que “fazem a vontade” de Deus (cf. Mat. 7:21).

É muito maravilhoso analisar profundamente o texto bíblico, e descobrir que nesta mesma passagem Jesus diz que tais pessoas (que se confiam apenas no fato de falarem no nome dEle, mas não realizam a vontade de Deus), serão “apartadas” do Reino eterno do Senhor (cf. Mat. 7:23); e o motivo que Ele apresenta é que elas praticam a “iniquidade” (versão Almeida Revista e Atualizada). A palavra grega que foi traduzida por "iniquidade" nesta e em muitas outras passagens é ANOMIA, a mesma utilizada em 1Jo 3:4 para descrever o que seja pecado (“transgressão da Lei”).

Ou seja, o que Jesus estava realmente querendo dizer aqui, é que muitos ficarão fora do Reino de Deus por desprezarem a Sua Lei, achando que apenas pelo fato de falarem no nome de Jesus já garantem a salvação e a bênção do Espírito.

Na minha humilde opinião, esta é a passagem mais triste de toda a Bíblia (Mat. 7:21-23), pois aqui não vemos Jesus criticando o procedimento de viciados, prostitutas, ateus, apóstatas, etc. Não! Nesta passagem Jesus está advertindo pessoas que se consideravam salvas e cheias de poder; que frequentavam igrejas de curas, milagres, exorcismos, e tudo feito “em nome de Jesus”; mas que, na verdade, são rebeldes e arrogantes, por acharem que podem desprezar a Lei do Senhor e ainda serem aceitos no Reino de Deus (cf. Pv 28:9).

Este é o mais terrível engano de satanás para estes últimos dias! Acreditar estar salvo, mas vivendo na rebeldia do pecado.

Pena que a grande maioria de cristãos da atualidade, tanto católicos quanto protestantes, insistem em não aceitarem tão límpida e cristalina mensagem bíblica – a guarda do sábado.

Arrogam-se o direito de mudar um dia que a Bíblia, em nenhum lugar, autoriza tal mudança, e pensam que mesmo assim Deus os abençoa e envia Seu Santo Espírito. Só há dois motivos para agirem dessa maneira – ou estão terrivelmente cegos, e não conseguem ver a beleza da verdade sobre o sábado do Senhor (cf. João 8:32), ou são arrogantes e rebeldes, preferindo servir a Deus à sua maneira, em vez de humildemente aceitarem a orientação de Sua Palavra (cf. Marcos 7:7-8).

Espero que você, estimado leitor, não esteja entre estes que serão, finalmente, desmascarados pelo Senhor, e colocados de lado, sendo impedidos de adentrarem os portais perolados da Cidade Santa (cf. Mat. 7:21-23; Ap 21:1-8).

Extraído do livro "101 Razões Porque Sou Adventista do 7º Dia", de Gilson Medeiros.

Comentários