Como entender a salvação?

Justificação e Comunhão

a) Justificação e Espírito Santo
A justificação e o Espírito estão intimamente unidos.

Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” – 1Coríntios 6:11.

Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provêm da fé” – Gálatas 5:5.

b) Comunhão com Cristo
A palavra comunhão é bastante usada no meio adventista. Ela denota a união espiritual entre Cristo e o crente. Teólogos não adventistas têm mais comumente usado a palavra “misticismo” para comunicar a noção do relacionamento espiritual do crente com a Divindade.

É evidente nos escritos de Paulo que fé justificadora e união com Cristo, no sentido de identificação com o Seu destino estão intimamente relacionados (cf. Gál. 2:16 a 21; 3:26 a 29).

Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achado pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não” – Gálatas 2:17.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” – 2Coríntios 5:21.

Esta frase incomum de Paulo demonstra o íntimo relacionamento entre Cristo e o crente.

Visto que Cristo, representativamente, Se tornou “pecado” por nós, nós podemos nos tornar “justiça nEle”.
Nós somos contados em Sua justiça e aceitos como justiça de Deus, no sentido de Jeremias 23:6; 33:16: “Senhor Justiça Nossa”.

Isto não significa, naturalmente, que "justiça" é entendida como um atributo isolado de Deus. Ainda a justiça é de Deus.

Assim devemos entender de maneira absoluta a frase: “...para que fôssemos feitos justiça de Deus”. Ela indica que os homens redimidos estão destinados à retidão moral do Senhor Deus. Isto não quer dizer que o crente não mais irá cometer atos pecaminosos em sua vida. Ao contrário, o sentido da frase é que os crentes participarão plenamente na santidade de Deus, em Seu amor, bondade, justiça, longanimidade; enfim, em todas as qualidades morais positivas de Deus.

A transformação de crente é realizada pela operação do Espírito Santo:
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz. Longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas cousas não há lei” – Gálatas 5:22, 23.

A transformação moral e espiritual realizada pelo Espírito Santo torna os crentes participantes da natureza de Cristo em tudo quanto Ele é e possui:

Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo: se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados” – Romanos 8:17.

Diante do que vimos até aqui, fica claro que a justificação não consiste de mera declaração forense (Deus apenas nos "declara" justos, e pronto!), mas antes, faz provisão para a tremenda e maravilhosa participação na retidão de Deus.
Ao fazer uma breve recapitulação, temos:

1. Justificação pela fé é perdão e promoção. “O perdão de Deus...” M.D.C. pág. 100. Isto é, justificação é mais do que um decreto forense (legal).

2. A justificação tem a sua frutificação na santificação, e nada será sem esse acompanhamento resultante. Ela tem que ser real e tem que produzir transformação.

3. A justificação, como passo anterior à santificação, é também um passo antecedente à glorificação.

Se pela ofensa de um, e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” – Romanos 5:17.

4. A justificação consiste na implantação do princípio vital, através do qual chegamos à vida eterna. Não pode haver vida para quem não participa da santidade do próprio Deus, pois ninguém poderá ver a Deus sem a santificação:

Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” – Hebreus 12:14.

Em Cristo somos santificados.

Não cremos meramente que em Cristo somos "reconhecidos como santos".
Cristo é a nossa santidade, mas também está nos transformando em seres santos.

Aleluia!
Fonte: Apostila de Soterologia, SALT-IANE, 2004.


Comentários

Anônimo disse…
Pastor Gilson, meu nome é Jarson e também resido em Natal - RNcomo vi a seu respeito em posts anteriores) , frequento a igreja distrital de Gramoré, e queria que o senhor me tirasse duas dúvidas entrigantes...

primeira: Como harmonizar o fato de que Deus abomina homossexuais, se o mesmo não faz acepção de pessoas??

segunda:
Há alguma prova concreta de que Jesus Cristo realmente existiu??
Gilson Medeiros disse…
Olá, Jarson.

Sua primeira pergunta parte de uma afirmativa que a Bíblia não defende. Você diz que Deus "abomina os homossexuais"... isso não é verdade. A Bíblia diz que Deus abomina O PECADO, e não O PECADOR. Percebe a diferença? O homossexualismo é pecado e abominável porque é uma deturpação do ideal de Deus para a família humana, e foi o diabo quem criou estas deturpações na Humanidade. Se o homossexualismo fosse "natural", como alguns defendem hoje, os homossexuais não precisariam adotar crianças para poderem constituir uma família "completa". Ou seja, a Natureza é clara: perpetuação da espécie somente através de relação entre homem e mulher. E ponto! As questões de ordem teológica, estas é que são rígidas em demonstrar o quanto o homossexualismo é pecaminoso.

Com relação à sua segunda pergunta, os registros históricos do primeiro século (seja na arqueologia, na literatura, etc.) estão recheados de referências a Jesus Cristo. Ou seja, existe muito mais comprovação da existência do Jesus "histórico" do que de muitos outros personagens que são amplamente conhecidos por todos nós. Sugiro que você leia um excelente livro sobre esta questão. O título é: "Em defesa da fé", de Lee Strobel (editora Vida).

Um abraço.
Gilson.