Como perfurar a "blindagem" do casamento?

Depois do livro "Casamento Blindado", escrito pelo casal de apresentadores Renato Cardoso e Cristiane Cardoso, este termo ("blindado") tem sido muito utilizado no meio evangélico, inclusive entre os Adventistas. No livro, o casal traça algumas importantes orientações sobre como deixar o casamento "à prova de divórcio".

É curioso observar que apesar de a expressão "blindagem" dar um certo ar de segurança e proteção ao relacionamento, não podemos esquecer que, militarmente, mesmo as melhores carapaças protetoras podem ser perfuradas, quando se utiliza a artilharia adequada. Penso que o mesmo vale para o casamento, de forma análoga.

Todos aqueles que já decidiram enveredar pelo caminho do matrimônio, e escolheram viver o resto da vida ao lado de uma determinada pessoa, sabem que o dia-a-dia do relacionamento pode trazer situações que vão fortalecer ou minar o amor que existe entre o casal. E são exatamente estes pontos negativos do cotidiano que podem perfurar a "blindagem" do relacionamento marido-mulher, podendo chegar à completa destruição do convívio entre eles.

E olha que não é necessário se utilizar um míssil para destruir algo de uma vez por todas. Basta utilizar uma artilharia mais "leve", porém empregada de forma repetida, no mesmo ponto de impacto, que a blindagem também será vencida. No casamento, esta analogia militar também é possível de ser vista...

ou seja...

Não é necessário que um adultério (o míssil) aconteça para que o casamento venha à ruína. Situações menos "agressivas", porém repetidas frequentemente, podem também enfraquecer de forma tão severa a "armadura" do lar, que o divórcio vem... lentamente, mas vem!

Apesar de hoje em dia ser notório o desprezo que as pessoas dão às orientações bíblicas sobre o "lar ideal", elas ainda são válidas, pois foram escritas sob a direção do próprio Espírito de Deus. É uma pena que mesmo entre os Adventistas, a influência secular dos movimentos contrários ao modelo bíblico de família seja tão visível, e defendida (pasmem!) hoje em dia.

Do ponto de vista do homem, a Bíblia traça um papel de provedor, sacerdote, e autoridade na família. Ele é a peça que une a família a Deus. É aquele que tem a responsabilidade de buscar o sustento de sua família, e promover a disciplina e o respeito dentro de casa. Juntamente com este papel, o homem é chamado a amar sua esposa, no mesmo modelo de amor que Jesus teve para com a Igreja. Dessa forma, os filhos veriam, no pai, uma pálida (porém real) imagem da autoridade mesclada com o amor, assim como vemos em Deus.

Já a mulher é descrita na Bíblia como uma "auxiliadora", uma companheira que ajuda seu marido a educar os filhos e cuidar das rotinas do lar. A Bíblia não ensina que ela seja "escrava" do marido (como as feministas gostam de apregoar), mas deve buscar a orientação dele quando forem tomadas decisões que interfiram no planejamento e dia-a-dia da família.

É um modelo machista? Não!
É um modelo bíblico, com a chancela dAquele que conhece o que é melhor para nós... ontem, hoje e sempre!

Sempre que o casal permite que as "agressões" ao modelo bíblico aconteçam no lar, a "blindagem" do casamento vai se enfraquecendo. E, a depender do grau de intensidade e frequência destas agressões, a proteção se rompe, e o casamento estará em risco de ruir.

E o que é mais fácil e prioritário: evitar o dano ou remendá-lo depois que ele acontecer?!

Vejamos algumas situações práticas que minam o amor e a harmonia do lar, e têm levado tristeza e tragédia a muitas famílias:

- um marido que dá mais atenção a outras mulheres do que àquela que é sua esposa. Que elogia às outras, mas nunca a dele;
- um marido que não assume o papel de provedor, e se "escora" preguiçosamente na esposa para que ela trabalhe fora e ainda cuide da lida doméstica;
- um marido violento, déspota, que trata sua esposa e filhos "sob o chicote" e com crueldade;
- um marido que tenta passar a imagem de "santinho" na igreja, mas que age como "demônio" quando está longe dos olhares dos "irmãos";
- uma esposa que joga a educação e cuidado dos filhos nas costas de estranhos ou terceiros (sejam babás, parentes, vizinhos, etc.);
- uma esposa que toma decisões que alteram a rotina da família, ou trazem despesas não programadas, e age assim sem conversar previamente com seu marido;
- uma esposa que se comporta como se não tivesse que dar satisfação "a homem nenhum", agindo, muitas vezes, à revelia do que seu marido já havia decidido;
- uma esposa que divide com pessoas alheias ao seio familiar as intimidades e "segredos" do casal.

Do ponto de vista das mulheres, e do ponto de vista dos homens, conforme a literatura abundante que temos sobre relacionamento familiar (inclusive o livro citado no início dessa postagem), estes são alguns dos principais "armamentos" que o casal pode se utilizar no casamento, e que acabam por romper a "blindagem" familiar. O resultado tem sido o elevado aumento de divórcios (de fato ou velados) que são vistos hoje em dia, inclusive entre aqueles que conhecem "de cor e salteado" o que a Bíblia e o Espírito de Profecia ensinam sobre o assunto.

É difícil manter a blindagem do casamento? Segundo Renato e Cristiane Cardoso, é difícil, mas se houver interesse e dedicação de ambas as partes, não será impossível.

"A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua" 
(Pv 14:1).

"Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela" (Ef 5:25).

Comentários

A.K.Renovatto disse…
Excelente texto, pr Medeiros! Realmente é difícil manter a blindagem do casamento, mas é possível com o esforço de ambas as partes. Não existe casamento saudável sem renúncias, de vez em quando um dos cônjuges têm que ceder em alguma coisa para que a harmonia do lar continue, é preciso ter diálogo. Oportuno o assunto abordado, principalmente no mundo atual que vivemos. Deus o abençoe.