Há alguns meses li sobre o suicídio de um pastor no Rio Grande do Sul. Segundo a reportagem, era um homem querido por quem o conhecia, principalmente por seus alunos, pois também era profissional da Educação.
Recentemente ele havia escrito em seu perfil do Facebook o quão pesado e desgastante é o ministério pastoral. Em outra postagem, ele assim se referia ao Salmo 23:
"Renova minhas forças e me guia pelos caminhos da justiça; assim, Ele honra o Seu nome".
Na noite do mesmo dia (23 de setembro), o Pr. Lisandro Canes cometeu o desesperado ato.
A reportagem completa você encontra aqui.
Recordei de um colega da época de Seminário que também cometeu suicídio, enquanto ainda éramos estudantes. Na época, os professores nos alertavam sobre o alto grau de estresse e frustrações que o ministério reserva àqueles que o abraçam.
O maior problema enfrentado pelos pastores, talvez, seja o fato de se sentirem sozinhos em muitos momentos. O sentimento é de que eles são homens de carne, mas que precisam se comportar como se fossem de ferro... ou de "Adamantium". Não podem demonstrar fraqueza, dúvida... não podem errar... não podem compartilhar um pecado com alguém... precisam ser exemplos na pregação, no matrimônio, como pais, como terapeutas, juristas, professores, conselheiros, capelães... pastor tem que ser multi-habilidoso... é essencial que saibam falar com os jovens, mas também com os idosos, com os divorciados, às mães solteiras, aos adolescentes rebeldes... Ah, e se souberem contar histórias para crianças, ou se também forem bom de voz para cantar, ou tocarem algum instrumento musical, melhor ainda!
As exigências (expostas e veladas) àqueles que almejam um ministério pastoral, em especial no meio Adventista, são altíssimas.... Por vezes, a vergonha por não conseguir atender a tão elevado ideal faz com que muitos vivam esse esgotamento mental e psicológico ao extremo... e o pior... sozinhos.
Afinal, há situações que nem com a esposa ele tem coragem de compartilhar... com outro colega de ministério, então, nem pensar! Como saber se pode mesmo confiar?!
Conheço alguns que saíram do ministério por diversos motivos, e a maioria vai dizer que saiu porque não conseguiu ser o que a Igreja esperava dele...
Superman não existe!! Mas cobramos que nossos pastores sejam "quase" super-homens.
No caso do ministério Adventista existe um fator que, na minha opinião, amplifica ainda mais essa angustiante sensação de TER que fazer o melhor e NUNCA falhar nas expectativas que depositam sobre ele... é a questão de que você jamais poderá retornar ao ministério Adventista, se for "demitido" dele.
Por mais dedicado que você seja... por mais zeloso nas atividades e nos objetivos que lhe são apresentados... por mais cuidadoso que seja no evangelismo e na pregação para salvação de almas... se... se acontecer de você ser demitido da Obra Adventista, NUNCA MAIS você conseguirá retornar para ela... para o resto da vida você será apenas alguém que não atingiu o ideal do ministério... agora, escrevendo esta postagem, estou lembrando de vários ex-pastores que hoje poderiam ainda estar na Obra, se não tivessem fraquejado.
Pedro, Davi, Sansão, Moisés, Paulo, Marcos, Salomão... praticamente nenhum deles conseguiria hoje permanecer no Ministério, após as falhas que tiveram em suas vidas como líderes do povo de Deus do passado.
Graças a Deus que os tempos eram outros, e a graça também era estendida aos pastores e líderes... hoje ainda o é... mas em medida bem diferente, do ponto de vista institucional e eclesiástico.
Não sei o que levou o Pr. Lisandro a se entregar ao esgotamento... mas tenho plena certeza que ele poderia ainda estar entre suas ovelhas se uma delas tivesse percebido o que estava acontecendo com seu pastor.
Somos muito bons em cobrar dos nossos líderes... e muitas vezes estamos dispostos a chicoteá-los sem um pingo de misericórdia quando erram (e como estamos!)... mas eles são homens de carne, osso, sangue, medos, traumas, pecados, fraquezas, dores, angústias... iguais às nossas.
Da próxima vez que você encontrar com seu pastor, veja nele alguém que se privou de muitas coisas para dedicar-se à pregação do Evangelho... ele não é melhor que você por causa disso, mas merece ser visto com o mesmo olhar de amor e misericórdia com que você esperaria ser tratado em algum momento difícil de sua vida.
Pense nisso!
"Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado" - 2 Coríntios 12:15.
veja também:
- Líderes abandonados
- Artigo sobre Suicídio e Pastorado
No caso do ministério Adventista existe um fator que, na minha opinião, amplifica ainda mais essa angustiante sensação de TER que fazer o melhor e NUNCA falhar nas expectativas que depositam sobre ele... é a questão de que você jamais poderá retornar ao ministério Adventista, se for "demitido" dele.
Por mais dedicado que você seja... por mais zeloso nas atividades e nos objetivos que lhe são apresentados... por mais cuidadoso que seja no evangelismo e na pregação para salvação de almas... se... se acontecer de você ser demitido da Obra Adventista, NUNCA MAIS você conseguirá retornar para ela... para o resto da vida você será apenas alguém que não atingiu o ideal do ministério... agora, escrevendo esta postagem, estou lembrando de vários ex-pastores que hoje poderiam ainda estar na Obra, se não tivessem fraquejado.
Pedro, Davi, Sansão, Moisés, Paulo, Marcos, Salomão... praticamente nenhum deles conseguiria hoje permanecer no Ministério, após as falhas que tiveram em suas vidas como líderes do povo de Deus do passado.
Graças a Deus que os tempos eram outros, e a graça também era estendida aos pastores e líderes... hoje ainda o é... mas em medida bem diferente, do ponto de vista institucional e eclesiástico.
Não sei o que levou o Pr. Lisandro a se entregar ao esgotamento... mas tenho plena certeza que ele poderia ainda estar entre suas ovelhas se uma delas tivesse percebido o que estava acontecendo com seu pastor.
Somos muito bons em cobrar dos nossos líderes... e muitas vezes estamos dispostos a chicoteá-los sem um pingo de misericórdia quando erram (e como estamos!)... mas eles são homens de carne, osso, sangue, medos, traumas, pecados, fraquezas, dores, angústias... iguais às nossas.
Da próxima vez que você encontrar com seu pastor, veja nele alguém que se privou de muitas coisas para dedicar-se à pregação do Evangelho... ele não é melhor que você por causa disso, mas merece ser visto com o mesmo olhar de amor e misericórdia com que você esperaria ser tratado em algum momento difícil de sua vida.
Pense nisso!
"Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado" - 2 Coríntios 12:15.
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