O que aprendi com Manassés

Estes dias eu conversava com uma pessoa que está afastada da Igreja há alguns anos. Ela me dizia o quanto sente o desejo de retornar, mas tem receio (e também senti um pouco de mágoa) em como será recebida pelos irmãos, haja vista que em todo este tempo, quase ninguém procurou contato... e olha que estamos na era das MÍDIAS SOCIAIS, ou seja, não há desculpas para não se tentar enviar, ao menos, uma mensagem para alguém de quem sintamos falta.

Por isso, o silêncio também é uma mensagem.

Então, aproveitei para atualizar aqui uma postagem que gerou muito conforto no coração de algumas pessoas, conforme comentários e e-mails que recebo.

Afinal, não precisamos viver atormentados pela culpa, pois Deus quer nos perdoar...

Há uma história na Bíblia que ilustra de forma muito clara a extensão do amor de Deus pelo pecador. Muitas vezes, só reconhecemos a necessidade que temos de Deus quando estamos em situação desesperadora. Foi o que aconteceu com Manassés (2Crôn. 33:1-17) - aliás, ótimo texto para um sermão!

Ele foi um rei que fez o que era mau diante de Deus, e levou o povo a uma completa apostasia, pior do que os que vieram antes dele. Haveria salvação para um homem como Manassés? O que podemos aprender de sua história?

Ele era um rei cruel e idólatra (vv. 1-9)
Manassés teve uma trajetória de vida marcada pela apostasia. Aquele que fora escolhido para ser o representante de Deus, conduziu o povo a um poço cada vez mais fundo. Vejamos alguns dos pecados que são atribuídos a ele:
1. Construiu altares aos deuses pagãos.
2. Adorava os astros
3. Praticava feitiçarias, adivinhações, bruxarias, mediunidade.
4. Queimou os próprios filhos ao demônio.
5. Profanou a casa de Deus, enchendo-a de ídolos pagãos.

Ao olhar para a história de Manassés vemos o quanto ele foi fundo no pecado. Haveria salvação para um homem assim?


Certo dia, há alguns anos, a cidade de Natal acordou chocada. Um homem havia acordado pela manhã com o firme propósito de matar. Matar quem ele encontrasse pela frente.
Os noticiários de rádio muito cedo começaram a informar a tragédia.
Próximo a Natal há uma cidadezinha chamada Santo Antônio. Fica a poucos quilômetros ao norte de Natal.
Este homem saiu de sua casa, armado com facão e facas, e foi seguindo pela estrada que liga Natal e São Gonçalo do Amarante, ferindo aqueles que cruzavam seu caminho.
A Polícia foi avisada e rapidamente dirigiu-se ao local. Conseguiu encurralar o homem em uma pequena granja num povoado próximo a Santo Antônio. Sentindo-se acuado, ele decidiu partir em direção aos policiais, que o alvejaram com vários tiros. Ele já havia ferido várias pessoas naquela manhã, e matado outras 15!
Se este homem tivesse escapado com vida, e tivesse, depois de algum tempo, buscado o perdão de Deus, teria recebido misericórdia? Deus perdoaria um ato tão brutal e demoníaco?
É claro que sim!


Muitas vezes o pecador é “despertado” de forma dolorosa (vv. 10-13)
Apesar de todas as tentativas que Deus fez de trazer de volta o rei e o povo, eles O rejeitaram (v. 10). Agora só restava uma alternativa: a opressão da Assíria.
Por volta do ano 650 a.C., Assurbanipal invade Judá e leva Manassés prisioneiro. O poderoso rei de Israel, que deveria ser o representante máximo de Jeová para o mundo, agora estava humilhado, acorrentado, tratado como um animal, sendo conduzido com ganchos no nariz.

Na maioria das vezes, quando desprezamos os chamados de Deus, temos que sofrer as consequências da desobediência, e o sofrimento é o que nos despertará, quando o puro amor não conseguiu.

Alguma vez você já se sentiu assim? Sofrendo em consequência de ter desobedecido a Deus?

Em uma prisão imunda, Manassés lembra-se de que Jeová ainda estava vivo. O Deus a quem ele tanto desprezara era sua única salvação naquele momento. Assim como Davi no Salmo 103:8-11, Manassés suplica a misericórdia de Deus, e Deus Se torna favorável para com ele (Que Deus maravilhoso!).
O Senhor o livra da prisão, e permite que ele retorne para Judá, para restaurar todas as barbaridades que, como rei, havia praticado em toda sua vida.
Apesar de toda maldade, Deus dá uma nova chance a Manassés, e o coloca novamente no trono da nação.
O conceito de perdão de Deus é muito diferente do ser humano. Deus “perdoa e esquece”.
Quantos de nós colocaríamos novamente Manassés no trono? Quantos de nós permitiríamos que nossos filhos fossem acampar com um membro “fiel” da Igreja, que no passado havia sido um estuprador e assassino? Confiaríamos nossos filhos a alguém com um passado tão negro?

Penso que não!

Nosso conceito de perdão é diferente – perdoamos mas não esquecemos, e na primeira oportunidade jogamos tudo "na cara" outra vez!

A alegria de ser perdoado (vv. 14-17)
Ao retornar para o reino, Manassés começa uma obra de reforma na nação que ele havia conduzido à apostasia. Sabe por quê?
Não é possível receber o toque do perdão de Deus e continuar na mesma vida de pecado.
Não é possível sentir a plenitude da graça e não querer restaurar a vida arruinada.

Manassés restaura o culto ao Deus verdadeiro, e conduz o povo de volta ao Senhor.
A restauração foi completa: Templo, casas, altares, vidas, destruição dos ídolos, etc.
O povo agora adorava somente ao Deus Eterno (v. 17) – que vitória!


Caro internauta...

Há momentos em que chegamos a pensar que o perdão de Deus não é suficiente para restaurar criminosos tão bárbaros como os que aparecem diariamente nos noticiários policiais.



Mesmo dentro da Igreja tenho encontrado pessoas (jovens ou adultos) que vivem um tormento pessoal por não acreditarem que foram perdoados pelo Senhor. Sentem-se sem Deus e sem esperança no mundo.

O que normalmente pensamos é que pessoas que vão tão fundo no pecado não conseguirão retornar e mudarem para uma vida de santidade e obediência a Deus.

Mas a história de Manassés nos mostra que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” de Deus. Temos um Advogado junto ao Pai, que está disposto a interceder por todo aquele que suplica pela misericórdia divina.
Há perdão para mim e para você também... sempre que você estiver disposto a recebê-lo.

Quando alguém que vagou longe no pecado procura voltar para Deus, encontrará suspeita e crítica. Há os que duvidarão de que o arrependimento seja genuíno, ou insinuarão: ‘Ele não tem estabilidade; não creio que resista’. Tais pessoas não fazem a obra de Deus, porém a de Satanás, que é o acusador dos irmãos. Por suas críticas, o maligno espera desencorajar aquela alma, afastá-la ainda mais da esperança e de Deus” – Parábolas de Jesus, pág. 190 (ou pág. 118, a depender da edição).


Seja um(a) promotor(a) da esperança.... e não da "desesperança"....



Comentários

Fernanda. - Fernanda@hotmail.fi disse…
"Seja um(a) promotor(a) da esperança.... e não da "desesperança"...."

Entendi ;-)
Fernanda. - Fernanda@hotmail.fi disse…
Acredito que devemos ser promotores da esperança, todavia, penso também que a pessoa tem que fazer por onde, não simplesmente ser rebatizada ou batizada (novo convertido(a)) e continuar fazendo os mesmos erros do passado. Não estou falando de religião, mas de princípios bíblicos básicos a qualquer religião cristã: não fornicação, honrar os pais, amar ao próximo, etc. A religião dessa pessoa é instrumento de amor ou ódio? Isso realmente me preocupa, mais do que doutrinas(religiões), o que se faz com essas doutrinas(religiões), pois uma pessoa pode estar em uma religião certa dentro do meu ponto de vista, todavia, vive usando a religião como instrumento de ferir os outros. Ela é instrumento de Deus ou apenas um instrumento de ferir o semelhante? Ela é instrumento de que? ;-)

PS: Eu entendi o que você escreveu na postagem, entretanto, desejava explanar meu ponto de vista.
Fernanda. - Fernanda@hotmail.fi disse…
"Um ponto de encontro para os membros, estudiosos e amigos da Igreja Adventista do Sétimo Dia."

Huahuahuahua. A melhor classificação para a minha pessoa estar aqui é a minha 'sede' de 'aprender mais e mais' a palavra de Deus independentemente de doutrinas.
Gilson Medeiros disse…
Olá, Fernanda.
Muito obrigado por seu comentários.

Venha aqui sempre que tiver "sede"...rsrs

Um abraço.
Gilson.
Anônimo disse…
ainda não, não me sinto perdoado. pois não faço parte da única igreja verdadeira e que salva: a igreja adventista. a última vez que estive nessa igreja adventista ouvir uma frase na pregação que nunca mais vou me esquecer: "somente os adventistas serão salvos e verão a Deus"... mas continuo estudando a bíblia sim. se chegar a conclusão de que isso é verdade eu volto.
e aí agora? publicar ou não publicar? afinal não é, nem um elogio, e nem ninguém tem o direito de discordar de você em nada não é, SEGUNDO DEUS? ou você é o próprio DEUS? porque as pessoas te idolatram e te elogiam tanto aqui que você só pode ser DEUS.
Não publique não porque seu blog tem que ficar bonitinho e somente com respostas que sejam do seu agrado.
Gilson Medeiros disse…
Estou publicando o comentário acima para que vocês vejam o tipo de "baboseira" que alguns desocupados enviam como comentários para o blog... rsrs Só mesmo rindo muito para encarar um ódio tão ferino que algumas pessoas sentem pelos Adventistas... e olha que são tão "corajosos" em suas críticas que preferem se esconder na covardia do anonimato.
Anônimo disse…
O problema da maioria das pessoas, inclusive o meu por um longo período de tempo, é precisar da "aceitação" de outras pessoas. Uma pessoa se afasta da igreja, quer voltar, mas precisa da "aprovação" dos membros da tal igreja. Claro que nós precisamos sentir interesse dos outros, nos sentir incluídos, bem recebidos, mas com certo limite. As pessoas andam egoístas, se formos esperar aceitação, mensagens para seguir em frente, estamos "lascados". Infelizmente, é assim. Deveria bastar o perdão de Deus e nos perdoar a nós mesmos. Mas como seres falhos buscamos em pessoas perdão, amor, aceitação e ficamos carentes e doentes.