Ser cristão nos outros dias da semana

Estes dias eu estavam lembrando de uma ocasião em que fui visitar meus pais, juntamente com Gabi e Iris... na medida do possível, eu procurava manter esta rotina de momentos entre eles, especialmente aos domingos e feriados, pois sei que a vida é curta, e chegaria o dia em que os momentos com os avós serão apenas lembranças na mente das minhas filhas.

E chegou!

Meus pais moravam em frente ao templo de um determinada congregação cristã, e o meu pai (que não professa nenhuma fé religiosa) certa vez comentou sobre o vestido excessivamente longo que algumas senhoras costumam usar quando vão àquela igreja... Gabi também comentou o estilo bastante formal que os membros da congregação geralmente usam, com os homens sempre em roupas sociais e com uma pasta executiva, e as mulheres com vestidos ou saias bastante alinhadas.

A "prosa" depois rumou para outros assuntos, mas fiquei meditando sobre a influência que o estilo de roupa, diversão, vocabulário, etc., daquelas pessoas professadamente religiosas causara na mente do meu pai, um idoso semianalfabeto, que não tinha religião definida e não participava de nenhuma comunidade religiosa... 

O nome disso é "testemunho" - quando você "prega" sem dizer uma única palavra "evangelística".

Conheço algumas pessoas que são membros daquela congregação, e fiquei refletindo que algo muito comum de se observar entre os cristãos da atualidade (e ai incluem-se os Adventistas do 7º Dia) é uma separação (que os eruditos chamam de "dicotomia") entre o sagrado e o secular.

Isso é muito fácil de ser verificado através da diferenciação que alguns fazem acerca de hábitos da vida comum... Veja alguns exemplos:

- Há a roupa de usar na Igreja e aquela do dia-a-dia (normalmente se tem certo "pudor" ou "vergonha" em usar no templo as roupas curtas, apertadas e indecentes que são usadas no cotidiano).
- Há a música para se ouvir na adoração, no templo, e aquela que se ouve em casa (e esta última, muitas vezes, está recheada com os ritmos, letras e melodias sensuais e apelativas dos músicos comerciais - alguns até que se rotulam de "gospel").
- Há os filmes que podem ser assistidos em uma reunião com os jovens da Igreja, e aqueles que só devem (?) ser assistidos em casa (e nesta categoria entram os de terror, certas comédias, ficção diabólica... sem falar em outros... para maiores...).

E por ai vai...

É muito comum, INFELIZMENTE, vermos jovens usando maquiagem carregada durante a semana, e uma "levinha" quando vão ao culto... especialmente para os Adventistas, que possuem grande acervo de orientações sobre a vaidade e coisas do tipo, esse comportamento demonstra algo preocupante:
- ou a pessoa não tem noção da influência que o vestuário, uso de maquiagem e/ou jóias têm na sua vida...
- ou ela despreza totalmente o que a Igreja ensina sobre o tema, e vive em rebelião deliberada.

Creio que nas duas situações está faltando um conhecimento mais profundo do tema, tanto na Bíblia quanto nos Testemunhos, para que o egoísmo latente não tome conta da vida que deveria ser influenciada unicamente pelo Espírito Santo.

Uma coisa que admiro grandemente no povo de Deus dos templos bíblicos era que Deus dizia e eles aceitavam, mesmo que apenas no primeiro momento... ou seja, não havia os questionamentos egocêntricos que existem hoje... e isso vale para todas as áreas da vida cristã: vestuário, dízimos/ofertas, alimentação, relacionamentos, trabalho, vaidade, etc., etc., etc.

No passado, Deus dizia: "faça isso", e o servo fiel fazia (veja o exemplo de Abraão e seu filho Isaque).
Hoje, o Senhor diz: "faça isso", e a gente fica: "mas, por quê?"

Para o povo de Deus do passado, não havia esse negócio de roupa da igreja, música da igreja, etc.... onde eles estavam, eles faziam tudo com a certeza de que Deus estava ali com eles, seja onde fosse.

Será esse um dos motivos pelos quais não vemos hoje os mesmos prodígios que o povo de Deus do passado via???


"Os cristãos cujo zelo, fervor e amor crescem constantemente,
não apostatam nunca".
Serviço Cristão, pág. 107.

Eis o segredo da vitória.

veja também:
- o que é a vaidade?
- o fruto do Espírito
- onde o cristão mais vacila no dia-a-dia
- sermão é bom, mas não muda vidas







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