Vá além... ande a segunda milha... e até a terceira, se for preciso!


Meu saudoso pai era analfabeto, nunca foi à escola. 
Minha saudosa mãe estudou apenas até a 4ª série (hoje, 5º ano do Fundamental). E como filho mais velho, eu sempre tive que "me virar" para fazer as lições e deveres da escola... não tinha a quem pedir "help".

Como meu pai não teve "estudo", uma opção que ele encontrou para sustentar a família foi abrir um comércio em casa, um mercadinho (mercearia ou bodega, como chamávamos na nossa cidade)... e lembro que minha infância toda e boa parte da adolescência eu passei envolvido na tarefa de conciliar a escola e ajudar no comércio... normalmente, eu atendia lá à noite, enquanto meu pai jantava e depois assistia ao jornal... por volta das 21h a gente fechava, e era minha hora de estudar a matéria do dia, transcrevendo-a do meu caderno de rascunho (que eu usava na aula) para meu caderno de estudos. Antes de ser monitor de laboratório no Ensino Médio, eu também aproveitava o período da tarde para repassar o conteúdo estudado pela manhã, em sala de aula.

Quando surgia alguma dúvida, minha alternativa era repassar o conteúdo e tentar assimilar o máximo possível... não havia Google nem Youtube para ajudar... rsrsrs

Acho que essa rotina durante os primeiros anos de vida, até o início da juventude, me fez desenvolver uma habilidade que considero uma das minhas maiores qualidades: a Iniciativa, a proatividade. Isso me ajudou na escola, no estágio, nos empregos que tive... e na minha rotina como "concurseiro" e hoje como servidor público federal. 

Não esperar que te digam o que você tem que fazer, mas ir atrás, buscar, pesquisar, se adaptar às mudanças (a famosa "resiliência"), se antecipar aos problemas e desafios, se colocar à disposição dos colegas e chefes, para agilizar o trabalho... como falei antes, ter iniciativa e proatividade... são características que o mercado de trabalho valoriza muito, talvez por ser cada vez mais escasso de se ver nessa nova geração (imediatista e desinteressada).

Sabe aquele empregado que diz assim: 
"essa não é minha função" ou "não sou pago para fazer isso"?

Esse tipo de "colaborador" não colabora... e tende a ficar para trás... mesmo que não perca o emprego, jamais será um líder, um supervisor, um gerente, um diretor... um executivo. Passará a vida e, talvez, se aposentará como subalterno, "peão", aquele que facilmente seria substituído em uma eventual demissão. Na "pandemia" que o mundo viveu há alguns anos, muitos profissionais perderam seus empregos, especialmente, os considerados "dispensáveis". 
Claro que alguns são demitidos mesmo sendo excelentes profissionais, mas essa não é a regra. É exceção.

Na igreja acontece algo parecido...

Já vi muito líder que só pensa e faz algo em benefício do "seu departamento", da "sua unidade", do "seu ministério", da "sua congregação", do "seu distrito"...

Se as janelas estão fechadas e o diácono ainda não chegou, esse tipo de líder é incapaz de se levantar e fazer o trabalho "do outro". Ele prefere ficar ali sentado, no calor, mas não percebe a importância de fazer algo mais, algo além do que o "manual" lhe dá como atribuição.

Jesus falou para esse tipo de gente quando fez uma declaração que muito me inspirou em meus primeiros anos como Adventista, lá em meados da década de 1990:

"Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas" - Mateus 5:41.

A Teologia desse verso é muito significativa, e rende bons e profundos sermões.

Em suma, Jesus está dizendo que não devemos nos acomodar, principalmente no campo missionário/eclesiástico... devemos estar dispostos a fazer algo mais, a fazer mais do que o obrigatório, o essencial.

O prof. Derson Lopes fez um texto muito bacana sobre o assunto, e aproveito para complementar minha reflexão de hoje com o que ele escreveu... vale a pena.

O Poder da Segunda Milha
O sucesso acontece para aqueles que fazem além do que são obrigados a fazer.

Todos temos diversos compromissos e atividades. Trabalho, estudo, família, igreja, e etc. São tantas as obrigações que sobra pouco tempo para fazer qualquer coisa adicional, de fato, muitas vezes nem conseguimos cumprir tudo o que nos é exigido.

No entanto, estudando a vida de grandes personalidades, pessoas que realizaram mais que esperavam delas, que alcançaram destacado sucesso, percebemos que todas elas foram além do que lhes era obrigatório fazer.

O termo “segunda milha” está originalmente na bíblia. O império romano foi um dos mais cruéis da história. Todos os povos dominados eram colocados sobre forte submissão. Dizia a lei que um cidadão romano poderia exigir de um cidadão dos povos dominados que carregasse para ele uma carga por uma milha. Os judeus ficavam indignados com essa lei, mas Jesus aconselhou: Se te pedirem uma milha, andem a segunda! Um conceito controvertido e revolucionário que nos ensina a ir além daquilo que nos obrigam a fazer.

William James disse que a maioria do povo opera dentro dos limites da “primeira fadiga”, mas que aqueles que conseguem avançar para além dela realizam grandes coisas. Bob Nelson escreveu o livro “Faça o que tem que ser feito e não apenas o que lhe pedem” mostrando que, nas organizações, os bem sucedidos são aqueles dispostos a ir além do esperado e exigido. Nos esportes, os destacados são os que exploram seus limites e quebram os recordes.

Caminhar a segunda milha implica em não se limitar a ler apenas o que os professores da faculdade exigiram, mas pedir a eles sugestões de outros materiais a serem estudados para seu crescimento. Exige participar de palestras e eventos para seu crescimento profissional e pessoal. Caracteriza-se por fazer no trabalho o melhor para o crescimento da organização e não limitar-se apenas às exigências da sua função. Na vida espiritual, não apenas se preocupar com o que é ou não pecado, mas desenvolver uma busca constante por um relacionamento real e significativo com Deus.

Obviamente que mesmo a primeira milha é cansativa e se limitar a ela é mais confortável. Mas lembre-se que a mediocridade é confortável! Os que não alcançam a primeira milha são os derrotados, os da primeira milha são os medianos, em outras palavras: medíocres, mas os que andam as milhas adicionais são os excelentes.
Pague o preço. Expanda seus barreiras. Supere seus limites. Teste sua resistência. Faça mais! Caminhe a segunda, a terceira e até a quarta milha se for preciso e com isso tenha uma vida mais realizada e excelente. O sucesso está um pouco além de onde a maioria das pessoas desistiram.


E então? Disposto a caminhar mais? 
Pense: Como hoje eu posso caminhar a segunda milha?

Fonte: Busca da Excelência

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Não seja mais um ou mais uma...

Isso vale para o trabalho, a igreja, a escola, a família...
Seja diferente... ou melhor, seja o diferencial onde você estiver... o sal... a luz... lembra?!

"Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção" - 1 Pedro 2:12

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